Será que toda gente é masoquista?
Indago depois do arrependimento
Glancei mais vezes para trás.
Me preencheu a dor
E mesmo que com complemento estúpido,
Senti-me completo, expandido, a beira com eira.
Caminhei instável
Temeroso em descompletar-me;
Olhei então novamente
E como um punhal fui atingido
Doeu mas sorri;
Doeu mas senti.
E ultimamente tem sido isso
Mais importante que o vazio.
14/08/2017
22/08/2016
Reencontro
As cruzes estrelavam um céu melancólico, talvez por ser em partes saudoso, em outras repleto de rancor. Foi em um dia envelhecido do qual se lembrava com contrariada vividez, e preferia sobre ele calar-se. Desconfortável, deu-se conta de que embora desdenhasse a inundação de perguntas, sentia-se completamente nu em frente àqueles familiares olhos castanhos, que pareciam lê-lo como a um teleponto e resolveu, por fim, encará-los com tamanha seriedade, que os fizesse desistir. Recebeu em troca uma calorosa sustentação de olhar, que tão sincera alterou sua percepção de memória: lembrava-se inteiramente daquele dia ensolarado, em que as luzes brilhavam num céu bucólico, talvez por ser em partes saudoso, em outras repleto de amor.
15/12/2013
Me fervo no hoje, do tolo saudosismo que invade a imaculada fortaleza de areia. (Constrói-se em clichês, com a superficialidade lhe fazendo guarda; nunca perceberão aqueles sem olhos para ver).
Nem o quero que percebam, gosto da dúvida e pouco da indiferença: o desdenhar é do Homem como o latir é do cão.
E em nossas inerências somos sinceros, sem mazelos fúteis, solidariedades inúteis, que de nada valem sem intuito.
Os debates me promovem ódio, mas deles só compro a saudade. Quando era tão simples; não existiam metáforas nem analogias e um chocolate era apenas um chocolate.
Pro inferno com o simbolismo!
O que preenche de fato é não saber que não se sabe, a partir daí, apenas a ignorância daquele que se considera conhecedor.
Nem o quero que percebam, gosto da dúvida e pouco da indiferença: o desdenhar é do Homem como o latir é do cão.
E em nossas inerências somos sinceros, sem mazelos fúteis, solidariedades inúteis, que de nada valem sem intuito.
Os debates me promovem ódio, mas deles só compro a saudade. Quando era tão simples; não existiam metáforas nem analogias e um chocolate era apenas um chocolate.
Pro inferno com o simbolismo!
O que preenche de fato é não saber que não se sabe, a partir daí, apenas a ignorância daquele que se considera conhecedor.
Lorimu
Me cantou o dia. As frustrações, tão tolas como vieram, mutaram-se. Se ontem perturbava-me a divagação, hoje o insucesso é mérito de sua ausência. É o silêncio que preciso quem me inquieta; é o clima e a energia, que dia me abastecem, dia entristecem; são as incômodas comodidades que facilitam e emburrecem (é o mundo inteiro afinal, em suas complexidades minuciosas). E sou eu o maestro dessa melancólica orquestra: nada me cabe, nada me é, e ao mesmo tempo tudo sou eu, quando corresponde-me na mudança, pois apenas em conjunto contemplo-me por completo.
10/11/2013
Sou por dentro área de risco,
Não se pode fazer ocupação.
Pois na divagação esmago,
Na tentativa estrago
E nada sobram além de toscos esboços
Básicos e de linha torta.
Raramente sobra resquício geométrico
Construo-me abstrato,
Pesado e sem rédeas
Esgueiro aquietado
Em busca de outras certezas
Para uma vez mais desconstruir.
Não se pode fazer ocupação.
Pois na divagação esmago,
Na tentativa estrago
E nada sobram além de toscos esboços
Básicos e de linha torta.
Raramente sobra resquício geométrico
Construo-me abstrato,
Pesado e sem rédeas
Esgueiro aquietado
Em busca de outras certezas
Para uma vez mais desconstruir.
É impulsivo chorar em conjunto (Endureço-me)
Se tiver de ir, me vou!
Mas vou sozinho, em par apenas comigo.
E vou maior, e iria melhor
Iria.
Não me deixam ir.
Mostro-me bem, imploro alforria
Mas apenas abastecem-se de mim
E a mim mesmo me fica nada
Deixo levarem a disposição,
Cheia de abismos guardados
E ao mesmo tempo, uma projeção de luz.
Deixo que levem-me para longe
E ao levarem fico aqui;
Só a casca, só o oco
Mas sozinho.
E mesmo que não reste-me mais nada
Resto a mim mesmo
E essa é a base de tudo.
Se tiver de ir, me vou!
Mas vou sozinho, em par apenas comigo.
E vou maior, e iria melhor
Iria.
Não me deixam ir.
Mostro-me bem, imploro alforria
Mas apenas abastecem-se de mim
E a mim mesmo me fica nada
Deixo levarem a disposição,
Cheia de abismos guardados
E ao mesmo tempo, uma projeção de luz.
Deixo que levem-me para longe
E ao levarem fico aqui;
Só a casca, só o oco
Mas sozinho.
E mesmo que não reste-me mais nada
Resto a mim mesmo
E essa é a base de tudo.
Ilusão derradeira
Vã mãe da vida,
Enterra e em morte salva
Desdenhosa verdade distorcida.
Planta semente crua
Que em si põe-se a brotar,
Mais para dentro do que ao alto
Se queda adormecida ao raso
Olhar todo de contemplar.
Encontra na terra a exatidão
Que embora não materialista segue Alberto:
"Sê o que és" (Rege a Lei)
Mas entendendo que o ser é abstrato
E nessa divagação o que se ausenta
É o entender simples não és.
Vã mãe da vida,
Enterra e em morte salva
Desdenhosa verdade distorcida.
Planta semente crua
Que em si põe-se a brotar,
Mais para dentro do que ao alto
Se queda adormecida ao raso
Olhar todo de contemplar.
Encontra na terra a exatidão
Que embora não materialista segue Alberto:
"Sê o que és" (Rege a Lei)
Mas entendendo que o ser é abstrato
E nessa divagação o que se ausenta
É o entender simples não és.
Assinar:
Postagens (Atom)